Sou a folha de uma seringueira.
- daquelas que não se pode abraçar só.
Que vai resistindo à tempestades, vendavais intermináveis, ao gelo estridente e ao sol sufocante...
Às vezes, brava e heroicamente, noutras por um fio só.
- de clemência, misericórdia talvez.
- daquelas que não se pode abraçar só.
Que vai resistindo à tempestades, vendavais intermináveis, ao gelo estridente e ao sol sufocante...
Às vezes, brava e heroicamente, noutras por um fio só.
- de clemência, misericórdia talvez.
Contudo, vem chegando a troca das estações.
Em breve deve chegar a tarde calma, o dia de brisas suaves em que, o desprender-se é tão inesperado quanto inevitável.
A seringueira está quase nua, mas repare bem...
Ela fica! É a pátria das próximas folhas.
Eu, bem... eu me vou. Cedendo a elas o meu lugar, para que agora sejam elas as testemunhas dos sonhos dos homens, de suas sabedorias e loucuras.
Que sejam belas! Que sejam grandes e fortes!
Que produzam novas sombras, e que sejam noutros formatos, e que façam os homens pararem num convite insinuante ao repouso.
- agora sou adubo e também aqueço a casa das formiguinhas.
É o ciclo exuberante e muitas vezes mal pagador.
- e inevitavelmente discordo que não haja uma certa beleza nessa racionalidade.
Em breve deve chegar a tarde calma, o dia de brisas suaves em que, o desprender-se é tão inesperado quanto inevitável.
A seringueira está quase nua, mas repare bem...
Ela fica! É a pátria das próximas folhas.
Eu, bem... eu me vou. Cedendo a elas o meu lugar, para que agora sejam elas as testemunhas dos sonhos dos homens, de suas sabedorias e loucuras.
Que sejam belas! Que sejam grandes e fortes!
Que produzam novas sombras, e que sejam noutros formatos, e que façam os homens pararem num convite insinuante ao repouso.
- agora sou adubo e também aqueço a casa das formiguinhas.
É o ciclo exuberante e muitas vezes mal pagador.
- e inevitavelmente discordo que não haja uma certa beleza nessa racionalidade.
e se passo para um comentário, não pense que é tarde... mas porque árvores me lembra criação e criação tem tudo a ver com arte.. se te comparas na seringueira, digo que sou a paineira.. mas não pense que é só uma questão de mímese, cópia, de minha parte safadeza, mas por ser de fato uma brisa brisada... lá atrás em meus anos de boys.. Quando pensava coisas desbaratadas, desconexas e cheias de uma esperança cega no futuro... (que crueldade passam os jovens... se soubesse discernir entre sonhos e ilusão).. naquele tempo dizia: sou paineira.. sou espinho.. é isso mesmo, não tente trepar na minha história, gozar de mim.. não, não tente... sou vampiro... E com todo esse ar de não me toques... nos verões, mando um fruto que parece cacau, mas é mais doce que ele... é algodão... algodãozinho doce... doce de pra voar... que lá de cima se empipoca inteira e vira chuva branca no céu... de uns favinhos que vão caindo devagar... tufinhos de algodão que a criançada corre pra brincar de não cair no chão... assim é a paineira... cara de brava, espinhuda... mas no fim... é só mais um brisa.... uma bela e gostosa brisa.. abraço companheiro... au'revoir Abintôt
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