sábado, 19 de maio de 2012

Minha alma tua alma, convite aceito.


O que quer o pássaro quando mais alto voa ou a larva que borboleta 24 horas vive...
Vaidade de vaidade, tudo é frágil, nada passa...
Pega pega o sentido... com quem está...
Porque se preocupam, porque nos preocupamos...
Estamos todos vivos... nada pode ser mais constrangedor...
A infelicidade é uma bebida encontrada em abundância nos bares e lugares da cidade...
Cada qual é ilha... todos estamos embriagados... o caos não é uma lembrança...
A maré vai mais longe cada noite que chega... meus nervos também tomaram o lugar da pele...
Todos tomaram o lugar de alguém... os índios também são invasores...
Saem milhões de vozes do meu ventre, milhões de outras não acham porto...
Fora de mim há milhões de vozes... vozes por todos os lados... de todos os lados...

Um corpo na rua... um copo na mesa... uma família espera tranquila em casa a notícia derradeira...
Olhares pávidos... faltou ética... a morte que nos visita... não foi nenhum de nós... foi aquele bom rapaz...
É preciso reverência... todo rapaz é bom quando morre...
Deus nos amou primeiro... o amor da escola foi o quarto ou quinto... nós mesmos nunca nos amamos...
Não suporto mais minha imagem no espelho... essa é só mais uma de minhas chatices...
Tenho mais chatices que imaginava... ainda a pouco alguém me mostrou a capacidade que tenho (de ser chato) e que estava inutilizada... mundo de desperdícios...

Já timbala o relógio que diferença faz o sentido!
Já timbala o relógio, que diferença faz o sentido?

O outro é outro, como esperar o que me é próprio...
Um outro sou eu, achar que o conheço é negar toda criatividade e expansão...
Outro outro é nada, quantos outros sou e me restam....
A falta ou excesso da chuva mata o plantio... a dosagem certa... sempre a dosagem certa...
Usamos medidores distintos... impossibilitamos de propósito... vadios ocupando-se da desordem...
Procuram-se olhos aflitos... não acharam no amor contentamento... ou amizade... ou loucura...
Tudo nos parece nada... achar o que quero só me aflige porque o quero é não encontrar...
Não importa o discurso... mesmo quem tem tudo está predestinado... estamos todos predestinados...
Afetados afetando o feto... objeto da nova ciência... a esperança está encapsulada e fria...

Qualquer dosagem de chuva na cidade é um transtorno... as pessoas andam zangadas... eu mais ainda...
Duas gerações... não rompeu-se o silêncio... está trincada a paz... está selada a paz...
Tornou-se a trincar e a selar dezenas de vezes depois disso...
Quantos horrores já viram seus olhos...
Lindos e magníficos olhos... quantas cores ele tem... não é só o verde que vejo...
Não pouparei vida... não a pouparei para a eternidade... não mesquinho afetos... mesquinho?
Odeio e amo ferozmente... não aprendi o conteúdo do nada...
Aprenda sozinho... Ariadne vingou-se de nós nos dando a cada um, um pecadinho...
Não deixe que as mais jovens conheçam teu segredo... estão infinitamente longe...
Todas querem ser um pouco de ti... mas não te viram nua... os deuses as protejam de te verem nua...

Que desprazer conhecê-la, quanto tempo há até nos ferirmos...
Eu a vi... toda a fragilidade e um pouco de sua força... pasmem... ela é um semi-deus... ou os deuses são semi-homens...
Não sei... que importa... ela é minha... convenceu-me dessa mentira com um feitiço qualquer...
Cada pessoa que me chega é uma dor futura... não me convença do contrário... pode ser uma dor presente...
Meu corpo está preso as convenções... minha alma é livre...

Não existem leis para um pobre... todas elas são castigos... pesos nos ombros de barrigas vazias...
Setenta e um reais no café da manhã... pagamos pela nossa miséria...
Nada matou meu apetite ou me deixou com água na boca... na boca... no quanto da boca... espuma de ódio...
O médico e o remédio dos pobres é a ocupação... o ócio traria a um pobre doenças que ele não poderia tratar...
As tecnologias deixam os ricos mais jovens, prolongaram esse constrangimento inevitável, formol no produto homem...
Ficarão eternamente jovens a custa eterna de pobres que ficaram velhos mais cedo...

Ela passa por mim e me olha como que a um estranho... estranho é que o tempo não tenha cumprido seu papel...
Não a traí nem quando estava em outros braços, estou condenado a você, queira ou não, deseje eu ou deseje, desejo... desejo muito... desejo ser degolado em tua presença...

Meus recomeços estão me lavando depressa ao fim e eu não conheci o meio...
O meio deve ser a parte mais interessante, começos e fins sempre são iguais...
Provocações... caprichos... qual a minha capacidade de interferir...
Decisões... decide-se sempre por si mesmo... o outro que nos acompanhe... estamos de passagem... não temos tempo...
Não todos... nem todos... mas todos, sem exceção rezam baixinho por falta de fé...
Coragem... não é preciso coragem para perguntar... a resposta me apavora...
Todas as esperas por respostas me apavoram... aí de mim... não faça eu mesmo meu destino...
As lutas têm suas justificativas, nada justifica eu tremer por dentro...

Deus está aí... ainda é possível ver o humano que criastes...
Essas fagulhas na escuridão... não significam nada senão mais sofrimento...
Estou sorrindo... mas já nasci com dentes amarelos...
Uma dose para todos do que for mais bebido por aqui...

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