terça-feira, 19 de junho de 2012

l'amour perdu

Provo com zelo as palavras, te darei só as doces e suaves.

Não sou mais o cavalo jovem que desafia.
Sou o lago onde ele bebe.

Não a tocarei.
Nem me aproximarei a ponto do qual seja impossível manter minha promessa.
Apenas te acaricio a cabeça enquanto dorme.

O fogo está aceso, dos outros cômodos se sente.
Ouvi-se o gemido da lenha.
Ele consome tudo!
O que se faz com as cinzas?
É justo que sempre se jogue fora o que sobra?
Mantenho-me impávido diante do que não escolho.

Sinto teu lábio.
O sinto esbaforido.
O meu treme molhado, balbucia teu nome.
Sinto minha mão na tua perna como no primeiro dia.
Sorrio de lado.
A tristeza tem sua doçura quando se acha o caminho.

Sigo.
Seguir é a sina humana.
Já partem sem parto as lembranças.
Teu cheiro não me ocorre agora e o tempo dissipará outras particularidades.
Eu sei e você também sabe.
O amor não está disponível para todos os pares.
Me vingo deixando a torneira aberta.

Um comentário:

  1. É amigo, o amor pode até não encontrar o rumo, mas nós é que estamos completamente perdidos nele. Felizes ou tristes.

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